20.11.11

todo carnaval tem seu fim

os fins são sempre iguais,
torturantes,
do perto faz-se o distante
do conhecido, o desconhecido.
o que me sobrou?
sorrisos de canto de boca
lembrança com afeto
e cheiro de desilusão.

como é bom gostar
sem impor
sem pedir
só por gostar
só pra sentir.

maravilha é partilhar
se expor,
na entrega ir se decompondo,
ainda que sem retorno
só para se auto conhecer, saber
até onde o sentimento leva.

esse papo de não querer magoar
é uma fria.
cada um sabe onde pisam os próprios pés
se me joguei nessa,
foi por vontade própria,
meu querer.

culpa?
arrependimento?
nada disso.

me jogo noutras estradas
e histórias distintas que surgirem.

o bom da vida tá
no desprendimento do outro
e aceitação do que ficou consigo.

é bom viver perto de gente que faz bem.
a gente aprende um tanto
e ensina outro.
mesmo achando que nessa caixa vazia chamada mente,
nada há.

desapegar
é preciso.
não deveria causar tanta chateação.

os ciclos se formam, ensinam,
e findam-se.

tudo tende a chegar ao fim
mesmo este
sendo tão inquérito,
amedrontante,
farroupilho.

pois que venha o fim, que seja doce
saboroso.
que eu o viva,
desvende-o
e dele me recorde,
assim como o começo.

Um comentário:

Brisa disse...

Bom pra você, que consegue.